domingo, 30 de novembro de 2008

Como fala essa menina!

Bem que eu sabia! Isso aqui ajuda a gente a por ordem nas idéias.

Freud já dizia que falar cura. Agora a Scientific American reuniu pesquisas que dizem que escrever também faz bem pra cabeça. Palavras, palavras. Parole, parole. Quando começo a desconfiar que os amigos não aguentam mais me ouvir falar tanto, a saída é escrever. Viva os posts de condensados de conteúdo de terapia!

A Méliss falou pouco, mas falou tudo: "blog é o novo divã".
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Deve ser o Corn Flakes toda manhã

Às vezes é bom ficar perto de gente rica, viu? Pra toda hora não é muito recomendável, por motivos óbvios do efeito que a comparação vai fazer com o que você acha da sua própria vida. Mas pra de vez em quando... amigos milionários são o que há!

Festas sensacionais, lugares incríveis, presentinhos, mimos. Comidinhas, bebidinhas, cristais, prataria, música. Muita risada, vida boa, tudo fácil. E já reparou como eles são bonitos? E têm bom gosto? E são educados e gentis? E o tanto que eles são altos?

Mas o importante é ter saúde, né gentê?
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sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Só mais essa vez...

Olha! Eu juro... É sério... desculpa mesmo que eu atrasei! Foi mal. Eu sei, eu sei que foi mal. Mas é que é muito irresistível! De novo eu caí na tentação de apertar o Snooze.
Daí ele me deu uma chave de perna e me agarrou pelos cabelos e me olhou com uma carinha e falou:
- Ah, vai... fica aí mais nove minutos...

Quando eu vi... já era!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Les Femmes du Cinema

Nesta semana rolou um festival de cinema francês aqui em São Paulo. Acho que era um pocket festival, na verdade: poucos filmes, uma sala só por dia. Dois ou três contemporâneos e mais uns clássicos, como o Jules et Jim, um dos meus favoritos de todos os tempos.

Menos por especial interesse e mais pela conveniência de horário*, acabei indo ver Felix et Lolla (você deve pronunciar Fêlííx e Lollá). Esse é um filme de 2001, dirigido por um cara chamado Patrice Leconte, de quem eu confesso só conhecia O Marido da Cabeleireira - daqueles filmes deliciosos sobre personagens mal resolvidos chafurdando em um relacionamento improvável (considerado fantástico por 10 entre 10 estudantes de psicologia).

Onze anos depois de discutir a relação entre a cabeleireira e o homem que teve a infância triste, Monsieur Leconte, resolve unir o dono de parque de diversões ugly-sexy Felix e a jovem triste-enigmática-eu-uso-muito-lápis-no-olho Lolla. Um filmezinho quase inócuo sobre uma relação meio sem tensão e sem cuidado, que engata mais pela falta de perspectiva na vida dos dois do que qualquer outro motivo.

Uma das poucas idéias boas do filme é assinalar uma certa queda que homens bacanas têm por mulheres distímicas e que atuam a carência fazendo criancices pra chamar a atenção. Saí pensando que qualquer 20 mg de Prozac talvez deixassem a Lolla menos atraente pra alguns, mas definitivamente bem menos chatinha.


*Foi mal Méliss! Eu confundi as datas. Sorry.
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A calada da noite

Fui pra lá já era tarde. Depois de um dia de trabalho, já meio baleada. Quando eu cheguei ele já estava me esperando. Sorriso aberto, sabia meu nome, cumprimentou charmoso, a mão ficou no ombro, tentando me deixar a vontade (em vão).
- É sua primeira vez?
- É... não... mas...
- Hehe. Então você vai me dar trabalho, né?
- Heh...
- Já veio preparada pra fazer hoje?
- Ãmm...
- O que você prefere fazer?
- É... eu...
- Quantas vezes por semana você tá pensando?
- Hmm...
- Quais são seus objetivos aqui?
- Eu...
- Prefere musculação ou aeróbicos?
- ...
Ele falou, falou, falou, mediu, pesou, cronometrou. Vamos começar com tudo, então? U-hu! Beijo! Até amanhã!

Eu entrei muda e saí calada.
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quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Intempéries

Aquele cantinho da sala da nossa casa parece o pátio da casa da Frida Kahlo. É cheio das nossas referências, dos nossos gostos, coisinhas penduradas, mantas, plantas, o oratório que eu trouxe da Bahia. A orquídia rosa está super florida, eu ganhei dos meus meninos pequenos no meu aniversário e coloquei naquele vaso que eu adoro, de porcelana coral. Tem uma corrente de contas de cristal com o passarinho de vidro na janela. Os cristais espalham o sol em bolotas de arco-iris pelas paredes. E o espelho grande duplica todas as cores. Amarelo, açafrão, azul, verde, roxo, magenta, laranja, vermelho.

Em tarde abafada de deserto mexicano não dá vontade de se mexer pra não piorar o calor. Mas eu tive que sair correndo por causa do aperto enorme na garganta na hora que eu vi que estava tudo molhado, porque chovia lá dentro. Meu amigo falou que no deserto do Chile as casas não tem teto. Na certeza da estiagem, a proteção que o teto poderia oferecer perderia o sentido e seria só prisão. Mas pobrezito de quem tem tanta certeza de alguma coisa. Essa casinha que a gente constrói em dois tem que cobrir sim, e cuidar todo dia. Esses cantinhos da nossa vida cheio das nossas coisas são sagrados. A gente não pode deixar nada estragar.
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terça-feira, 25 de novembro de 2008

Pra falar de muros, coração e chuva

Quando eles eram pequenos eles brincavam juntos. Eles gostavam de dançar em cima dos muros. Ela sempre subia mais rápido que ele, mas depois tinha medo de descer. Ele sempre ajudava ela a descer, emprestava o ombro pra ela usar de escadinha.

Uma vez eles estavam em cima do muro e começou a chover. Quando ele estava ajudando ela, por causa da chuva, ela acabou caindo e quebrou o braço. Ele teve muito remorso, porque achava que era culpa dele que não tinha cuidado direito dela. Mas ela falou que aquilo era bobagem dele. Não era culpa de ninguém. A chuva que veio de repente. Ele assinou no gesso dela e fez um coração.

Depois que o braço dela sarou, eles voltaram a brincar nos muros todo dia. Agora a chuva não pegava mais eles desprevenidos, porque a cicatriz dela começava a doer quando o tempo ia mudar.
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segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Memórias do Século Passado III

Não tenho o que reclamar dos meus pais. Eles fizeram um ótimo trabalho comigo e meus irmãos. Mas a dura realidade é que a vida em família é um trabalho hercúleo e é impossível criar filhos sem gerar traumas.

A pobre da minha mãe passava os dias cuidando da casa e de duas crianças pequenas. Vez ou outra, acabava desabafando: "Um dia desses eu sumo. Vou me embora pra Manaus!" - era sempre Manaus.

Cara, era foda! Até hoje eu não sei porque ela escolheu Manaus como rota de fuga. Pra mim, pequena, mesmo sem conhecer ou ter qualquer referência a respeito, tal cidade nunca inspirou muita simpatia. Eu achava que Manaus era uma grande Zona Franca - que eu também não sabia o que era - onde as mães se refugiavam de seus filhos desagradáveis.

Passado o tempo do medo real do abandono, a minha antipatia pela cidade ficou meio que esquecida por anos. Até que recebi o convite para o casamento de um amigo querido, que vai ser no mês que vem, em Manaus. Essas lembranças vieram à tona, claro, como uma piada de mau gosto da minha mãe que nós, filhos, nunca soubemos apreciar.

Agora estou com a passagem comprada, vou pra lá sem medo e acho que vou adorar a cidade. Mas confesso que lá no fundo eu estou aliviada de não ser mãe. Se eu tivesse filhos, sem dúvida a ameaça de sumiço já teria rolado muitas vezes. E, na boa, nenhum de nós ia ter muita certeza sobre o meu retorno.
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Desabafo!

No meu mundo ideal a meritocracia ia valer de verdade.

Essa capachocracia* que rola hoje por aí não ia ter vez. O cara bom teria o que lhe fosse de direito. O cara ruim ia pastar. Não ia adiantar puxar saco. Paciência. So sorry. Lamento.

Vamos ver se deu pra entender: o cara incompetente e bonzinho CONTINUA incompetente. A gente até gosta mais dele do que do incompetente e mau-caráter, mas AMBOS são igualmente incompetentes. Sacou?


*o nome originalmente inventado pela Pri e eu era limpabundocracia, mas achei meio pesado.
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domingo, 23 de novembro de 2008

Burn (This Cliche) After Reading

O clichê #1: falar que as pessoas se "reinventam".
O clichê #2: chamar essas pessoas de "camaleões".
O clichê #3: usar o velho truque do "separados no nascimento".
(hahaha tô adorando isso!)
O achado: Alex Atala está no novo filme dos irmãos Cohen.
O clichê#4 (incidental): chamar os caras de "os irmãos Cohen".
O post propriamente dito:

"De punk do ABC a badalado cheff nos jardins, o camaleão Alex Atala mais uma vez se reinventa e ataca de galã no novo trabalho dos irmãos Cohen!"
Ai, ai, ai... e o que dizer sobre a expressão "ataca de galã"?


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sábado, 22 de novembro de 2008

La Notte Chiara

Ela tinha uns 22 anos, era contadora de histórias, atriz de teatro, fazia comunicação ou artes de alguma coisa na PUC. Estva sempre cercada de gente, era muito doce, meio bruxa. Sacava as pessoas, mesmo sendo tão menina. Era super intensa em tudo que fazia, ria por tudo, escancarava a própria vida pra qualquer um. Falava sem parar. Tinha uma graça drewbarrymoresque, meio estabanada, meio charmosa. Ela tinha sido a Noite na última peça. Combinava total, fosse escura que nem um breu ou clara, cheia de lua e estrelas.

Um dia eu cheguei e ela estava triste, brava, inconformada. Ele não tinha ligado. E também nem apareceu. Ele só ligava quando combinava. Era uma vez de cada. E sempre naquela hora, mas ela achou que talvez ele pudesse uma vez ligar sem combinar. Porque ela tinha saudades e tinha falado pra ele. No começo ela achou que dobrava ele. Que ele ia acabar se empolgando e ligando fora de hora. Talvez até aparecesse, assim, sem mais essa nem aquela. Mas isso aí não ia acontecer, não. Ele até que cumpria o que prometia, mas nem prometia muito pra não deixar ela esperando. Ou sei lá se era exatamente pra ela ficar esperando, mas aquilo fazia ela sofrer demais.

"Eu quero uma surpresa! Sabe? Apareci, liguei, enlouqueci! Eu quero assim... um de repente! Eu não quero um funcionário público do amor!"

Ela era tão menina e achava que já sabia o que queria.
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sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Espelho, espelho meu!

- puxa. hoje eu estou um urso panda.
- ai, que amor! um bichinho raro e fofo?
- não. lenta e com olheiras.
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Ah! Quem quiser conhecer a descrição mais bacana de preguiça, vai lá ver o que o amigo Gustavo escreveu.
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quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Tá bom assim?

Sabe aquela imagem de uma criancinha na praia tentando esvaziar o mar com um baldinho?

Parece você tentando arrumar esse cabelo de manhã.
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quarta-feira, 19 de novembro de 2008

My twin

Das melhores épocas da minha vida eu passei do seu lado. E foram épocas tão boas grande parte pela sua presença. Você é a melhor companhia que alguém pode querer. Você é uma das pessoas mais doces que eu já vi. Você é linda, inteligente e talentosa. Você é boa e nunca deixou o mundo te estragar. Meu amor, minha querida, minha igual, minha prima gêmea. Eu queria que a gente pudesse dar risada sem fim durante dias seguidos como a gente fazia. E depois chorar na hora de ir embora por ter que se separar. Eu queria pegar você no colo e agradar seu cabelinho macio. Pra te ajudar a tomar coragem de enfrentar o mundo. Fica mais um pouquinho aqui. Dorme e descansa. A gente tem idéias melhores quando está tranquila. Não precisa sair correndo. Só promete pra mim que não vai deixar o mundo te estragar. Depois a gente vê o que faz.

Eu quero. Eu pego.

GO-GETTER: é uma das minhas expressões favoritas em inglês. Eles usam pra descrever uma pessoa que vai atrás do que quer. Sabe o que quer e faz acontecer. Não fica esperando. Vai lá e consegue. Vai lá e pega!

No fundo, a gente até poderia dizer que o Go-Getter é uma versão politicamente correta, socialmente adaptada e psicologicamente saudável do Plunder*... mas essa é outra história.

Enfim, quando vi esta criaturinha do video achei uma gracinha de go-getter girl. Apesar de ter que admitir que houve uma certa estupidez da parte dela! Não foi atitude de uma mulher madura, convenhamos...

Sei lá, meninas! A gente tem que ir atrás do que quer nessa vida, mas tem que saber onde está se enfiando, não é mesmo?





* Plunder é aquele que faz pilhagem, saqueia. Pega o que é dos outros pela força. É o pirata tosco, de faca entre os dentes. O plunder sai pegando geral porque é a única coisa que ele sabe fazer. Pega até o que não quer. Só pela pilha da pilhagem...

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Sou viciada mas tô na moda!

Nesse final de semana postei uma confissão sobre meu atual vicio em blogs. É fato que ninguém deu a mínima pro texto, mas paciência. Era tudo verdade. Eu sou mesmo blogólatra.

Daí eu passei na frente da banca de jornais e vi a capa da última revista Época. Se a febre está até em capa de revista não é crime.
É tendência!

Not my fault. Eu sou apenas mais uma vítima dos tempos.



Memórias do Século Passado II

Imagine o seguinte cenário: um rapaz de 20 anos se casa com uma viúva bonitona. O pai do rapaz se casa com a filha ruiva da viúva. O rapaz e a viúva têm um filho lindo. A partir daí o rapaz faz uma canção sobre as relações familiares e, num insight revelador, acaba descobrindo muito sobre si mesmo!

Obra prima da cultura pop infanto-juvenil.
Além de ser um excelente exercício de lógica.

Esse videozinho aí vale cada minuto do seu tempo. Juro.
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segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Don't need to catch my breath

Guento 10 minutos: aeróbica, step, spinning, localizada, esteira, body pump, circuito, trampolim, street jump, harakiri, torniquete.

Guento 5 horas: pista + som + gente esquisita. E só saio sob protesto.

Esse foi mais um episódio da série:
'queimando tudo até a última ponta' ou '2008 é o ano'.

It ain't over till it's over, babe!


domingo, 16 de novembro de 2008

Cadê o Rudolph?

Eu devo estar ficando velha e intolerante, porque os dias de hoje me parecem muito estranhos! Olha que eu até me considero bem moderninha, mas fala sério:
Baby-Chewbaccas-de-Asa-Delta na decoração de Natal?!
Onde esse mundo vai parar, minha gente?



sábado, 15 de novembro de 2008

I'm a weirdo

Nunca fumo sem chiclete ou bala.
Tenho antipatia de escrever com lápis HB.
Sei o cheiro das pessoas.
Ponho água fria no café.
Não gosto de filmes de neve.
Falo um monte de coisas em inglês no meio das frases.
Uso muito mais adoçante do que parece razoável.
Tenho as mãos sempre frias e detesto se elas ficam quentes.

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Daqui a pouco eu faço!

Procrastinar é uma arte. E eu sou bem boa nisso há algum tempo.

Não estou nem falando do truque de fingir que não tenho nada pra fazer. Falo dos artifícios usados para, deliberadamente, não fazer o que deve ser feito, mesmo quando:
1) já me dispus a fazer e
2) já me posicionei para a ação.

Na época da escola, começava a estudar sentada de frente para os livros (vejam bem: estava disposta e posicionada), mas logo iniciava o ritual de procrastinação. Nessa época minhas ferramentas eram o abrir-contemplar-fechar de geladeira, o início da MTV Brasil e os incontroláveis cochilos em cima do material.

Durante a faculdade incrementei meu repertório com os textos-viagens-filosóficas e cigarro. Este último particularmente eficiente.

Mais tarde somaram-se os joguinhos de computador, a internet discada, o ICQ, a banda larga. Aí fodeu danou-se! Estava inaugurada a era da procrastinação sem fim. Socorro.

Passei pelos sites de bandas, artistas, universidades, autores, fashionistas, doenças, bobagens, notícias, mundo cão, download de músicas, e tudo mais. Foram anos e anos adiando tarefas.

Até que tudo deu uma equilibrada há um tempinho. Não que eu tenha chegado no fim da internet (juro que meu irmão chegou!). Mas já conseguia restringir meus interesses. E voltei a ser uma pessoa produtiva: fiz relatórios, artigos, capítulos de livro, aulas! Infelizmente isso já é passado, agora.

Comecei a seguir blogs há uns meses. Todos os dias, antes de começar a trabalhar, sou compelida a checar mais de uma dúzia de endereços de pessoas que escrevem coisas que eu gosto de ler. Famosos, amigos ou desconhecidos. Estou fanática. Chego ao cúmulo de escrever para alguns desses blogueiros reclamando de baixa produtividade ou outra bobagem. Virei 'mala'. É o fim!

Sou uma seguidora compulsiva de idéias alheias. Quero saber o que se passa na cabeça das pessoas. Quero acompanhar a vida dos outros, pra poder procrastinar o ato de cuidar da minha própria. Quero me ocupar dos outros. Assim dou um jeito de disfarçar e ignorar a areia que escorre desvairadamente nessa ampulheta que me acompanha.

Quero fazer tanta coisa nessa vida que não consigo sair do lugar. I'm fucking stuck.
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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Experts

Adoro gente que sabe do que fala. Quando alguém domina um assunto, consegue explicar aquilo de forma simples, acessível, sem pedantismo.

Em contrapartida, tenho antipatia de gente que se mete a entendido. Sabe de tudo um pouco e quase tudo mal. Extrapola informações, quer parecer mais do que é. Pior ainda quando mistura informações exotéricas pra demonstrar intimidade com o tema.

- Sabia que está comprovado cientificamente que fazer palavras cruzadas e ouvir Mozart evita que você tenha Mal de Alzheimer? Após anos e anos estudando neurociências e não tendo qualquer certeza sobre o assunto, sou obrigada a ouvir isso com frequência. Affff! Que cansativo... Não sei nem por onde começar a explicar o absurdo dessa afirmação.

Mas outro dia ouvi uma história ótima. Redenção total! Uma criatura entrevistando o Burle Marx, ao invés de aproveitar o brilhantismo do artista, resolve parecer inteligente:

- Mas então, todos sabemos que para ter plantas bonitas nós devemos cuidar delas com amor. Você sabia que as plantas gostam que a gente converse com elas e coloque música clássica no ambiente?

- Olha, isso eu não sei. O que sei é que planta gosta mesmo é de água e de cocô.
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Há! Sensacional!
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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

One down. 1600 to go.

Finalmente concluí a maratona de renovação da carteira de motorista! Nem foi tão difícil. Se eu soubesse não tinha ficado com a habilitação vencida por mais de um ano tantas semanas!

Achei uma auto-escola na Barra Funda que é a Disneylandia da CNH. Tem tudo que você precisa: foto, exame médico, provinha, ficha, assinatura, carimbo, protocolo. Você resolve tudo em 2 horas e pega o documento em 3 dias úteis. Se preferir o motoboy entrega. Fácil assim.

Pois é. Tive que usar meu horário livre, mas pelo menos me livrei dessa. Agora só falta depositar aqueles cheques, fazer dois relatórios, comprar o sabão em pó que a Bel pediu, fechar o projeto do doutorado e enviar pro comitê de ética, ir ao dentista, fazer os óculos pra longe, reservar as passagens, buscar o vestido vermelho, marcar a dermatologista, levar o carro pra revisão, cuidar das orquídeas, responder o email da Ju, resgatar meus pontos e trocar meu celular. Ah! E justificar meu não-voto e tomar a vacina de rubéola. Como amanhã já é sexta, acho que vou deixar pra começar a academia na semana que vem.

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Vibe da 4a invade a 5a

Despertador. Snooze. Despertador. Snooze. Despertador. Banho. Cabelo esquisito. Trânsito. Paciente. Paciente. Café. Relatório. Paciente. Impaciente lendo artigo. Saudade rapidinha no MSN. Trânsito. Música. Cigarro. Música. Cigarro. (outro?) Universidade. Falta de energia elétrica. Falta de energia pra trabalhar. Chocolate. Carolina de chocolate. Bolo de Chocolate. Café. Mais um cigarro. I wish I could play the guitar like the motherfucking Vai. Ainda 12:28 pm.

Hoje o dia promete.

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Genial parte X

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A História é como os idiotas: se repete, se repete, se repete...
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quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Genial parte IX

Há dois tipos de pedagogia: a do Piaget e a do Pinochet.

Numa versão alternativa à sabedoria popular:
"Quem não aprende por amor, aprende pela dor."

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Eu acredito em Lei Seca

(mas não tenho habilitação)

Depois da onda de prender bêbados que houve há alguns meses, não tenho mais ouvido falar muito de policiais fazendo blitz na noite de São Paulo.

Mas eu acredito! Acredito e obedeço.

Não exatamente como a Velhinha de Taubaté, que realmente conseguia crer que tudo estava certo. Eu mais obedeço pelo medo de ser punida, mesmo. Confesso. 'Obedecemos aquilo que tememos', dizia alguém ontem no bar, citando Maquiavel.

Meu medo de ser pega numa blitz é ainda agravado pelo fato de que minha carteira de habilitação está vencida há mais de um ano. Shame on me! Não tem desculpa, eu sei. Mas tenho trabalhado muito e, juro, no meu tempo livre eu só quero fazer o mínimo possível. Estou me permitindo essa transgressão. Sou péssima! I know.

Com isso tudo, acho que eu tento ser menos culpada cumprindo a lei seca à risca. Minha idéia tosca é que se eu 'andar na linha' posso ser um pouco subversiva de vez em quando. Sei lá, se o Al Capone tivesse mantido a linha e pago uns reles impostos...

Enfim, o fato é que passei a noite tomando coca zero. Os amigos curtiram suas cervejinhas e 'mauses', e eu sóbria como um terno de tweed. Voltei pra casa com a mente clara e sem ressaca. Ao atravessar a Paulista, tive só um pouquinho daquele frio na barriga de quem sabe que está fazendo coisa errada. Eba! (Pensei.)
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Depois me pergunto se não seria mais inteligente pular de paraquedas ou brincar de roleta russa na montanha russa pra conseguir essa adrenalina...

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Memórias do Século Passado I

Eu tinha 4 anos quando aprendi a ler. Lembro do susto que meu pai levou quando percebeu que eu estava lendo de verdade. Ele até chorou um pouquinho. (Que amor, esse Zé!)

Eu estava folheando um gibi chamado Lulu e Bolinha. A turma dos meninos tinha um clubinho e colou uma placa na porta. A primeira coisa que eu li na vida foi essa tal placa:

MENINA NÃO ENTRA!

E eu ainda fico triste quando me sinto maltratada pelos meninos.

domingo, 9 de novembro de 2008

Genial parte VIII

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A História é como os idiotas: se repete, se repete, se repete...
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sábado, 8 de novembro de 2008

Zeca

Hoje de manhã, em meio às taças vazias, tinha uma caixinha de marlboro light com um mini bic laranja em cima. Por um segundo tive a sensação boa de que você estava aqui comigo. Será que um dia você volta?

E se?

Quantas chances a gente tem pra escolher como a gente vai ser?
Não estou falando de mudanças.
Estou falando daqueles lados todos que já existem em mim.
Eu escolhi ser alguns. E não outros.
Isso não quer dizer que eu não POSSO ser outras tantas coisas.
É só que ATÉ AGORA eu escolhi ser assim.

Eu me envolvi profundamente com pessoas e coisas que combinam comigo. (Ou pelo menos com essa pessoa que eu escolhi ser). O que será que acontece com esse meu "entorno" se eu resolver ser diferente? Ainda eu mesma, mas diferente? Será que tudo desaba? Será que ainda vai haver lugar pra mim?

O Veríssimo (Luis Fernando) tem uma crônica fantástica sobre algo parecido com isso. Ele conta a história de um homem, pai de família, cidadão respeitado, dentista. Viveu quarenta e tantos anos tranquilo, reservado, discreto. Boa gente, sempre, mas na dele. Um dia apareceu para o café da manhã com um daqueles óculos de plástico que vem grudados num narigão e um bigode de Grouxo Marx.

A família, espantada a princípio, morreu de rir daquela atitude! Mas essa agora! Acharam engraçadinho, meio bobo, mas divertido. Passado um tempo, como o homem não tirava o nariz, o clima foi ficando meio esquisito, e a família deliberadamente pediu para que ele parasse logo com aquilo. Brincadeira tem limite!

Mas não era brincadeira. O homem tinha decidido que dali em diante usaria o nariz. Seria a mesma pessoa, mas com aquele nariz. Pois é. No final das contas o Veríssimo é bem cruel com o pobre homem. Ele acaba abandonado pela família, desacreditado pelos pacientes. Até o cachorro passou a hostilizá-lo. Foi o fim.

Mas gente! É só um nariz do Grouxo Marx! Eu ainda estou aqui! Sou a mesma pessoa!

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E se, em algum momento, eu resolver ser uma coisa diferente?Será que é justo julgar uma vida inteira por um nariz? (por mais bizarro que ele seja?)

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Sabe da última?

Haven't you heard, darling?

Blog is the new "divã"!

Méliss e eu juntando terapia, internet, tendências e interior design!

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Profissão: perigo! Not so funny.

No post de ontem eu resolvi arriscar um estilo diferente de escrever e fiz uma historinha supostamente engraçada a partir de uma piada interna do trabalho.

Nada digno de nota. Pura experimentação e amadorismo.

Mal sabia eu que hoje cedo seria surpreendida por uma notícia estilo Cidade-Alerta, relatando que uma psicóloga foi assassinada na Vila Madalena. Ela ia buscar os filhos na escola, foi abordada por dois homens e levou 3 tiros na cabeça. Não se sabe muito sobre o caso, mas o delegado declarou que o crime teve características de execução (!) e que não se descarta a hipótese de que sua morte pode estar relacionada ao seu trabalho como psicóloga (!!!).

Triste. Bizarro. Muito bizarro.

Nem sei direito o que dizer...
Sei lá... Valha-me Deus! Onde esse mundo vai parar?
Algo assim.

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quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O garoto-problema

- E aquele menininho tímido que vinha com o motorista?

- Aquele italianinho? Então, eu não vejo mais.

- Ué. Mas a terapia não estava indo super bem?

- Estava tudo ótimo. Mas a mãe resolveu que ele não vinha mais.

- Estranho...

- Pois é. Eu tinha até chamado os pais, pra dar um feedback pra eles. Falei que o garoto finalmente estava conseguindo se abrir mais, falar mais da vidinha dele, das coisas da família. Eu achei que eles iam ficar satisfeitos, mas logo depois disso sumiram com o menino.

- Puxa... Meu Deus! Que absurdo!

- Não é absurdo, não, sabe? Até que é comum isso. A criança começa a se abrir mais, os pais ficam com receio de serem julgados, de que a família fique muito exposta...

- Mesmo assim! Você não tem medo?

- Como assim medo?

- Rapaz! Se os caras deram um sumiço no próprio filho porque ele falou demais, imagina o que não vão fazer com você na próxima queima de arquivo!!!!

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A pedidos: As Ovelhinhas

Depois da postagem de ontem sobre a insônia eu recebi infindáveis comentários, emails e telefonemas de pessoas falando que aquela ovelha é muito fofa, e querendo saber mais sobre ela.

Então, a pedidos, apresento uma das melhores invenções dos americanos: the Serta Sheeps!



Quem quiser mais, procure 'serta sheeps' no youtube e veja os adds originais.
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quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Bitter Sweet

"Como no doce,
o amor acabou num pio triste de pardal.
Guardei o carinho restante
num vidro de perfume - que você quebrou.
No amor não se raspa,
nem se lava a tigela.
Deixa-se uma réstia de saudade;
um sonho bonito para quando estiver só.
O doce acabou e não se deu por conta,
na gula febril de mais um bocado - deixou nada.
E assim me sinto.
Sem doce, sem amor, sem carinho,
sem um pio triste de pardal
para me consolar.
Tinha uma foto sua e não tenho mais.
Sem nada."

Trecho da peça Feminina Lunar, do querido amigo Marcus Vinicius.


Pra inspirar as amigas nas fases de lua cheia.
E nas de vazio.

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322: pula, 323: pula, 324: pula...


Depois de passar boa parte da noite contando carneirinhos, finalmente consegui dormir um pouco ao ouvir os primeiros piu-pius anunciando a manhã.

Qual não foi minha surpresa ao abrir meu email hoje e encontrar 3 mensagens de amigos, de turmas diferentes, dizendo que tiveram uma longa noite de insônia. Conhecendo um pouco de cada um, imagino que os motivos da 'noite em claro' têm em comum o estômago: excesso de álcool, de borboletas, de gremlins.

E eu, no caso, não sei se tenho estômago pra algumas coisas que rolam nessa vida.

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Genial parte VII

"A vida não é pra principiantes."


Esse é o amigo Giachetta desafiando o limite entre a piada e a filosofia.

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terça-feira, 4 de novembro de 2008

Declaração Universal dos Direitos

dos Homens
Liberdade, Igualdade e Fraternidade

das Mulheres

isso aí de cima e mais: Pegada, Chocolate e função Soneca no despertador!

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Em comemoração aos 60 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, ONU, 1948.

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Pausa pra um suspiro

Estou aqui escrevendo um relatório de um paciente. Falando sobre memória. Mas eu queria mesmo era falar sobre memórias.

namorar na grama, pôr do sol no alto do morro das pedras, caminhada interminável até a cachoeira, fogueira com cheiro de eucalipto, mancha de terra na barra do jeans (não sai nunca mais), andar descalça no chão de brita, pisando devagarinho pra não doer muito, folhinhas no cabelo dando bandeira da molecagem, carrapichos grudados no tênis... ooooo vida boa...

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segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Juntando os trapinhos

Há tempos havia casamento entre primos consanguíneos para que se mantivesse indivisível a fortuna da família.
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Em um dado momento da história a Igreja determinou o celibato ao seus sacerdotes para que seus bens permanecessem acumulados.
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Hoje quem tem grana produz pra quem tem grana e consome de quem tem grana. Pois é. Não vai chegar na sua mão. A circulação dessa dinheirama continua rolando intra-castas!
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Resumo da ópera: "Quem tem, tem. Quem não tem, vintém."
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domingo, 2 de novembro de 2008

Só funciona em inglês I

Em Mais Estranho que a Ficção:

Will Ferrell tem intenções românticas com a dona da bakery.
Chega carregando uma caixa cheia de pequenos pacotes, cada um com um tipo de farinha.

- "I brought you flours!"

Genial.

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Três Palmas. Nenhum Urso.

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- Tá passando aquele filme que eu te falei.
- Hm?
- Aquele que lançaram esse ano em Berlim.
- De quem era mesmo?
- Daquela belga, meio deprimidinha, que eu sempre choro. Vamo?
- Será?
- Olha, parece que tomou um pau no primeiro festival, mas teve uns reviews ótimos em Cannes.
- Tá...
- Ebaaa! Vou ligar pras meninas irem com a gente!

...

- Elas toparam! Vambora?
- Peraí...
- Eeei! Onde você vai de i-pod e game boy???

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sábado, 1 de novembro de 2008

Onde foram parar meus patins?

A princípio não se sabe nada.
A gente tem que aprender até a se divertir, veja só.

Houve um tempo em que a festa que eu não ia era sempre mais legal. Na minha cabeça, claro. Se ficava em casa, achava que estava perdendo a festa. Se ia pra festa, achava que não estava tão boa assim... queria estar sossegada em casa. Era um porre ser tão inquieta.

Anos corridos de vida (e terapia) e hoje sou mais tranquila e me divirto mais. Aprendi a curtir o momento e o meu entorno. Curto as pessoas que estiverem disponíveis alí. Consigo transitar sem problemas se tiver que ser de salto alto e chapinha no meio dos jet setters, de óculos no simpósio cabeça, de cara lavada na mesa do boteco ou de meias vendo tv. Na boa.

Agora, se quer me ver feliz mesmo, me deixa solta pra dançar no meio de gente esquisita. Aí sim! Nunca vai existir outro lugar melhor no mundo, cara!

Só fico pensando que eu tinha que parar de exagerar como quem tem 20 e poucos, pra ver se consigo esticar os 30 e poucos por mais um bom tempo.


PS: Um outro título pra esse post poderia ser:
QUEIMANDO TUDO ATÉ A ÚLTIMA PONTA

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Sabadão... isso é que é vida!

Semana cheia. Não para, não para, não para!
E a sexta feira se encomprida...

Então hoje eu acordei as 9h.
E às 11:30. Depois às 2 e pouco.
E finalmente às quatro da tarde.

O que dizer? Tem gente que é profissional no assunto.

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