terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Narciso, meu nêgo...

Deescobri que na Espanha a previsao do tempo é tao ruim quanto no Brasil.
Gracas a Deus!!!!

Puta sol e céu azul em Sevilla...

Vale!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um Oscar a Wildehouse

ou O Retrato de Doriamy Gray

Todos vimos as fotos da Amy Winehouse no Caribe esta semana, certo? Pois então. Não sei o que vocês acharam, mas eu fiquei espantada de ver que ela está incrivelmente bem. Claro que aos 25 anos é natural ter uma aparência boa, mas é que ela já se mostrou em estado deplorável há não muito tempo.
It was nooo good! No, no, no.

Eu não sou de acompanhar a vida das celebridades. Em geral eu gosto da persona do artista e bodeio da obviedade do ser humano real. Prefiro não saber sobre a vida dos caras. Mas hei de confessar que eu me interesso pela Amy. Eu tenho antipatia do jeito que ela se destrói. É um pensamento bem egoísta, mas dá medo que ela se mate antes do tempo e deixe de produzir essas coisas que eu adoro. O talento dessa garota me comove.

Além da voz espetacular e da interpretação maravilhosa, as letras que ela consegue fazer não são pra qualquer um. A garota consegue se jogar de cabeça no mundão das paixões e ainda transformar abandono e dor em arte.
(Amy! Esmaaaaaaaaaga meu coração!)

Tem que ter um talento incrível pra sofrer daquele tanto e chafurdar publicamente na sua própria vulnerabilidade sem ficar piegas. E a criatura ainda faz isso virar show business. A mulher não tá pra brincadeira, não.

Enfim, o fato é que fiquei contente de vê-la bonitona e de pensar que ela está se cuidando mais. Mas chego a cogitar que na verdade ela continua em modo auto-destruição ON. E que o look mais saudável só existe porque ela tem um retrato que vai aos poucos se carcomendo, guardadinho dentro do armário...

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terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Só mais uma, prometo!

NY Times. Primeira página.

MIRACLE IN BRAZIL:
Madonna claims to have seen Jesus coming right before Christmas!
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Luz que me guia

Casal sai do estádio do Morumbi e entra no taxi:
- Pra onde vamos, (Ma) Dona?
- Jesus, please show us the way!

Desculpem pela piada pronta, mas não dá pra resistir.
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Bichinho

Estava eu voltando do almoço pelas ruas de Vila Mariana. De repente olho pro chão e vejo uma criatura que há muito não aparecia por essas bandas: um tatu-bolinha. Não sei se fiquei mais surpresa ou emocionada, pelo inusitado ou pela nostalgia. O pessoal que estava comigo continuou andando e levou um tempo pra perceber que eu estava agachada e contemplando algo no chão. Gente! Gente! Não percam a chance de ver isso!

Alheio aos pares de olhos que o observavam, o bichinho, ainda em versão tatu, caminhava lentamente com suas inúmeras perninhas minúsculas escondidas debaixo da sua casquinha-saiote-de-boi-bumbá. Era proeza muito difícil, eu bem me lembro, mas se você conseguisse pegar um tatu-bola na mão sem assustá-lo, ele continuava tatu e caminhava na sua mão e fazia cosquinha com aquele tanto de pernas.

Eu fiz menção de tocá-lo, e meus amigos adultos não tardaram em reprimir meu gesto com gritos de desaprovação ou repulsa. Como assim, gentê! Como é possível ver um destes e não tocar? E aí eu tive a grande surpresa ao perceber que metade da minha platéia não conhecia aquele bicho e não fazia idéia do que ia acontecer na hora que eu encostasse nele. Há! Show time!

No ato de virar bolinha, nosso amigo arrancou gritinhos e risadas daquela platéia improvável. O tatu-bola ganhou novos fãs e eu ganhei meu dia. Que delícia é a cara de alguém vendo uma coisa legal pela primeira vez! A gente não devia nunca parar de ter surpresas boas nessa vida!
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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Mas e a Cabala?

"Oh! Jesus! Oh! Jesus!"

- Madonna, esta madrugada em SP, aparentemente comemorando a chegada de Jesus, ainda que uns dias antes do Natal...

Este post vem com agradecimento especial à Renatinha Sakai, amiga jornalista que passou a madrugada na cobertura desse incrível bafon...

domingo, 21 de dezembro de 2008

Morte suspeita

Vi a notícia de que uma garota de 20 anos, estudante de direito, estava num cruzeiro universitário e morreu, segundo o investigador de polícia, em condições "suspeitas". Acredita-se que a menina pode ter sido vítima de uma overdose acidental de álcool e drogas.

Não pude deixar de pensar que ela teve azar. Daí alguém pode argumentar, cínico: Ãn-hãn. Então tá: enche a cara e usa drogas e depois vem falar que morreu por azar? Pois é. Se foi isso, foi muito azar, sim. Parte meu coração, sabia? Aposto que dava pra contar nos dedos quantos passageiros do cruzeiro não estavam fazendo a mesma coisa que ela. Só sendo jovens e estúpidos. Na boa, quem nunca fez coisa bem mais estúpida e passou batido, sem maiores consequências?

Coitada dela que queimou tudo tão rápido. Estudante de faculdade, linda, loira, 20 aninhos, estava só começando. De certo nem sabia dar valor pro tanto que aquilo tudo era bom!
Ai, ai, ai...

Tá difícil desapegar de 2008

Olha, eu juro que tenho tentado ir pro trabalho e produzir, mas no fim das contas é só enrolação pra esperar a festa da "firma" que acontecerá logo mais. No consultório o assunto está sempre o mesmo: o stress do natal em família e as promessas pro próximo ano. O trânsito em São Paulo está um inferno, pois por algum motivo que eu desconheço as pessoas ficam fanáticas por olhar a decoração de natal da cidade, em especial da Avenida Paulista e do Parque Ibirapuera - o que transforma minha casa no epicentro de todo o congestionamento do mundo. Meus amigos estão indo viajar, alguns indo pra bem longe, outros estão voltando pra casa, logo alí.

Mas apesar de tudo isso está difícil deixar o ano ir embora. Eu já estou sentindo falta da rotina e das pessoas que compartilham o dia-a-dia comigo. Foram meus companheiros de reunião de gestão, coffee-hour, smoky-hour, happy-hour, wine-hour no apê, rillettes-quiche-acordeon.

Se a permanência ao redor de mesas fosse registrada em quilometragem, neste ano teriamos virado infinitos zeros nos contadores. Ainda bem que no ano que vem tem mais.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Era uma vez...

"Era uma vez uma garota que sempre foi muito CDF e tinha uma profissão que às vezes deixava ela muito triste, de tanto ver sofrimento. O trabalho dela não tinha glamour nenhum, não ia fazer ela ficar rica e de vez em quando ficava muito, mas muito chato mesmo.

Ainda assim, ela continuava fazendo aquilo todos os dias, pois achava que era o que ela sabia fazer bem feito. E ela tinha dificuldade de fazer coisas que ela achava que não sabia fazer direito. E era bem medrosa. E também porque ela não tinha nenhuma idéia melhor.

Um belo dia, digo, uma bela noite - acho que era uma terça-feira ou um final de semana - aconteceu uma coisa extraordinária! Ela foi descoberta por um olheiro da Agência de Empregos Felizes. Esse agente foi capaz de enxergar o real talento daquela garota e sabia como fazer este dom virar uma coisa produtiva e rentável!

A partir de então, recebendo um salário de petrodólares da indústria da cultura e do entretenimento, ela passou a exercer a profissão de companhia-de-pessoas-legais em cafés, bares, cinemas, baladas de gente esquisita e viagens maravilhosas! Seu rendimento profissional era agora medido por seu envolvimento em conversas animadas, piadas sensacionais e discussões filosóficas sobre a vida. Ela estava sempre cercada de gente bacana e interessante, e não precisava conviver com nenhuma pessoa que fosse mala ou do mal.

E foram todos felizes para sempre!"

F I M

O Insuportável Peso do Ser

Pronto. Fui contaminada pelo bug das retrospectivas. Sem querer me peguei pensando no ano de 2008 e seus eventos com certa nostalgia. Vou poupá-los de listas de conquistas e fiascos e vou me concentrar numa coisa só, pra resumir esse ano:
NÃO SEI O QUE SERIA DE MIM SEM MEUS AMIGOS.

O fato é que 2008 trouxe consigo a pior crise de identidade que eu já vivi - ou já ouvi relatos. Não é depressão, não é insatisfação, não é piripaque, não é doença. É mesmo a boa e velha crise existencial. Linda. Poética. Sofrida. Desgraçada. Um mergulho de peito aberto do despenhadeiro para o poço fundo que os alemães chamam de Angst.

Kierkegaard, seu danadinho! Heidegger, seu fiadaputa! Agora eu entendi o que vocês estavam querendo dizer... Socorro! Se eu já era pensativa e intensa desde pequena, esse ano atingi o ápice da chatice e da necessidade de tagarelar sobre a vida. Foi difícil - até pra mim - me aturar esse ano. Queridos amigos, não pensem que vossos esforços passaram despercebidos. Valeu aí, galera.
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quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Se fosse, o que seria?

Tem uma brincadeira de turminha adolescente que chama 'se fosse o que seria'. Se o Guto fosse um animal, que animal ele seria? Daí outras pessoas dão seus palpites e explicam o porquê da escolha. Ah! Ele seria um macaco, porque ele é engraçadinho e não pára quieto. E se a Dani fosse um estilo de música, qual ela seria? E assim vai.

Esta noite sonhei que estava brincando de 'se fosse o que seria' com a Madonna e a Katy Perry. A Madonna disse que se a Katy fosse um objeto, ela seria um jornal de ontem. A Katy ficou chateada e falou que aquilo tinha sido grosseiro. Na minha vez, a Madonna disse que eu seria uma folha em branco, porque eu não era notícia nenhuma. Nessa hora as duas ficaram rindo um pouco malvadas, mas eu nem me importei. A Katy disse que a Madonna seria uma fatia de melancia se ela fosse uma sobremesa e a Madonna disse a mesma coisa da Katy, mas no sonho isso era um pouco mais interessante e deixou um clima de cumplicidade entre as duas. Quando eu tinha que ser a sobremesa elas disseram que eu seria mousse de chocolate e que era sorte minha.

Acordei pensando que o mundo é cruel com as mulheres. Um pouco mais sorte temos nós, reles mortais, mulheres anônimas, que de vez em quando tem o direito de se acabar numa incrível sobremesa-bomba e sem ter que ver seu deslize revelado em uma foto gorducha na primeira página do jornal.
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Pertences

Lembro do tempo que eu saía de casa com um dinheirinho miúdo e a xerox do RG enfiados no maço de cigarro, uma chave num cordão no pescoço, guardada dentro da blusa. Só isso. Não tinha carro, não usava salto alto, andava de sandalinha. Era ônibus, metrô, carona. Saía de um lugar, não deixava nada pra trás. Levava só eu comigo, e era tudo que eu tinha. E às vezes era até mais do que eu conseguia dar conta.

Essa época era boa, mas também tinha muita incerteza. Eu não sabia se ia conseguir ser alguém importante pras outras pessoas, se ia conseguir fazer coisas relevantes da minha vida, se ia pertencer a algum lugar.

Tem um texto de alguém, não consigo lembrar quem, que diz que a quantidade de chaves que a gente carrega é proporcional ao tanto de responsabilidade que a gente tem. Pura verdade. Hoje eu cuido de portas, portões, cofres e cadeados. Tem sempre alguém querendo saber por onde eu ando. Eu estou sempre devendo alguma coisa pra alguém, assumindo muito mais compromissos do que eu posso cumprir. O dia-a-dia de várias pessoas depende das minhas ações e se ressente com a minha inércia. É raro eu poder exercer o direito de não dar satisfação, sumir ou sair sem as chaves.

Ontem eu fiz um mini-exercício de desprendimento. Saí de casa com a roupa do corpo, levando uma bolsinha a tiracolo com a chave da porta da frente, meu cigarrinho, celular, carteira de motorista, uma grana, um e-ticket impresso e um ingresso de estudante gambiarra pro show da Madonna. Não era tão pouca coisa assim, mas juro que foi muito difícil. O que era tão natural há alguns anos me deixou muito esquisita nos primeiros momentos. Com aquela sensação de estou esquecendo algo, estou sendo irresponsável, estou deixando passar alguma coisa.

Por sorte, em Congonhas eu encontrei aquela menina de sandalinha que eu era antigamente. Consegui desencanar. Fui pro Rio, encontrei meu brother, tomei um monte de cerveja no copo de isopor, tirei sarro e fiquei melhores amigos com a galera na pista do Maracanã, vi o show, cantei, dançei até a última ponta. Não precisei de nada que não tivesse levado. Saí de lá feliiiiiz da vida, levando só eu e meu irmão. Tudo que era importante.
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segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

É pra quem pode

Cara, não é possível! Todas as pessoas que eu conheço ou ouço falar serão VIP no show da Madonna. Só eu que malemal consegui uma vaga no piscinão de Ramos, pagando e de última hora.

Das duas uma: ou a área VIP é maior que a área do povão ou eu sou a única looser do meu círculo social...
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domingo, 14 de dezembro de 2008

Só se fala em outra coisa!

Gentê! Fala sério: capa da Veja?

Ó, só pra registrar que eu não vou comentar sobre aquele cara que traiu aquela atriz e morreu de overdose daquela droga.

Ok, ok, só uma coisinha: overdose de pó é tão anos 80, né não?
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sábado, 13 de dezembro de 2008

De novo não!

A História é como os idiotas: se repete, se repete, se repete...
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sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Eu pago um pau pra você!

Tempos sombrios se avizinham. É o que estão falando por aí. Meu amigo que amarrou o burrico na sombra daquela parede há uns dois anos me falou anteontem que tem ido dormir no carro no meio do expediente. Uivos de vento e de coiotes acompanham o rolar de palhas d'oeste em Wall Street. Cê vai procurar emprego agora, merrmão? Sei não... Sossega aí onde você tá. Quando chove dessas coisas a gente pega logo uma pequena e senta em cima pra não sobrar uma pior. É... baixa os olhos verdes enormes e fala que tá tranquilo mas tá tentando. Vai que aparece coisa melhor. Melhor que você? Difícil, hein...
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quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Quem eu queria ser

ou Onde o Calo Aperta

Teve um tempo eu queria ser a Renata irmã do Duda porque ela sabia assobiar bem alto com os indicadores na boca.

Depois eu queria ser o Raul porque a brincadeira dos meninos era mais legal e ele era o mais alto e mais forte.

Um tempo depois eu queria ser a Paulinha da 6a B porque todos os meninos gostavam dela.

Daí eu queria ser a Jullie porque ela não tinha horário pra voltar pra casa e a mãe dela deixava ela fumar.

E depois queria ser a Susan Sontag porque ela tinha idéias impensáveis e escrevia coisas pra fazer o mundo melhor.

Depois queria ser a Alanis porque ela cantava pra caraca, era bonita, inteligente e escrevia letras de mulher forte.

Daí queria ser a Paris Hilton porque ela era magra e rica e não levava nada muito a sério, o que resolveria todos os perrengues possíveis.

Hoje eu queria ser a Mallu Magalhães porque ela tem 16 anos e ainda tem muuuuito tempo pra fazer bobagens na vida.
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Lukewarm

Adjective: mildly warm; lacking enthusiasm or conviction
(em português seria algo do tipo morninho ou em banho-maria)

Hoje está nem frio nem quente. A iluminação lá fora meio escura, lusco-fusco que te deixa com sono o dia todo.

Quero sair, mas lá em baixo está todo mundo de guarda-chuva. Nem saio, nem faço o que tenho que fazer aqui dentro, esperando a garoinha chata passar.

Quantas vezes eu tenho que falar que o que eu gosto é de trovoada e chuva de pedra? Esse chove-não-molha me irrita!

Ô atraso de vida!
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Tive sonho mau

Essa noite tive um monte de sonhos misturados, uma coisa meio aflitiva. Eu estava num lugar escuro e não conseguia achar o interruptor de luz, tropeçava numas coisas pelo chão. Sentia a iminência de algo meio do mal, um perigo à espreita, um medo ruim, sei lá. Daí consegui abrir uma janela, mas estava tudo escuro lá fora também, não ajudou muito. Debrucei no parapeito da janela e resolvi fumar um cigarro, pra pensar no que eu ia fazer. Mas minha agonia começou de novo, porque por mais que eu revirasse tudo eu não achava meu isqueiro naquela escuridão.

Que antipatia! Como é que deve chamar isso aí? Um lightmare?



ps: esse é quase mais um post da série "Só Funciona em Inglês"
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quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

It's up to you, dude!

Vocês se lembram daquela brincadeira do Silvio Santos, que a criança ficava isolada numa cabine e tinha que escolher se queria ou não trocar brinquedos por algo tipo uma meia furada ou vice versa?

Pois é. Hoje vi a reportagem do camarada Isaza, que desertou das FARC e promoveu a fuga de um refém valioso que estava sequestrado havia 8 anos. Desde lançada a polêmica proposta do governo colombiano, quem abandonar a guerrilha e colaborar com o outro lado tem direito a prêmio em dinheiro e, graças ao apoio de Nic Sarkozy, asilo garantido na França.

Olha só, não me levem a mal! Eu sei que existem pessoas engajadas em suas lutas e que acreditam em um ideal, por mais estranho que ele possa parecer pra quem está de fora. Eu até acho isso bonito de um certo jeito, sei lá, romântico, cheio de significado pra vida, plenitude da existência. Puxa vida! As maiores e mais importantes mudanças do mundo, afinal, começaram por causa de um homem com um sonho, disposto a lutar por uma causa, etc e tal. Ok, ok. Agora corte para a seguinte cena:

Calor da porra no meio da floresta. Provisões escassas, gente feia e suja, armas, correntes, degradação humana, medo, clima tenso. E o calor dos infernos. Pense no rapaz Isaza, que não passa o Natal com a família há anos (pô, só porque sou guerrilheiro não posso ser cristão?) e que vê o aceno da possibilidade de uma saída estratégica pela direita (hã? hã? L7L7L7). Coloqueo-o na cabininha do Domingo no Parque, ao som da voz do homem-sorriso:

"A-aee! Você troca sua vida miserável na floresta úmida e quente por um prêmio de US$ 434 mil e um visto especial para residir e trabalhar na França???"

A vida é feita de escolhas, meu amigo. A decisão é sua.
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terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Espelho, espelho meu!

- putz! hoje eu queria ser um pássaro.
- que lindinha! você queria ser um sabiá pra sair voando e cantando por aí?
- não. um avestruz pra esconder minha cabeça embaixo da terra.



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segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Geração Coca Cola (Zero)

Quando era pequena, às vezes eu precisava de ajuda dos meus pais pra lidar com a lição de casa. Isso gerava problemas por causa dos diferentes métodos pedagógicos a que fomos expostos em nossos tempos. Por exemplo, eles tinham cartilha e aprenderam a ler decorando be-a-bá. Eu aprendi a fazer o som das letrinhas no método fonêmico: FFFF, VVVV, MMM. Os livros deles diziam que Cabral chegou ao Brasil por engano e os meus diziam que não houve engano nenhum e ele queria mesmo as índias e não a India. E assim vai.

Entre tantas outras diferenças, a que mais me intriga desde sempre é o jeito que eles fazem contas. Pelo que posso entender, eles não separam unidades e dezenas na subtração, não "emprestam um" do numero à esquerda e, para conferir o resultado, usam a sensacional expressão "noves fora". Dezessete menos oito, nove, noves fora, nada. Adoooro! Vários adultos já tentaram me explicar, mas eu jamais entendi como funciona ou pra que serve.

Mas aqui isso não vem ao caso. O que eu queria mesmo dizer é que há coisas inexplicáveis de uma geração para outra. Quem não vive no movimento de uma época não vai entender e pronto! Nem tente. Os tempos mudam. As pessoas não acompanham. E assim, "noves fora" torna-se um ícone do gap entre as nossas gerações.

Ultimamente tenho convivido com gente mais nova que eu. Eu bem que queria pensar que os anos que nos separam não chegam a configurar um gap, mas temo não ser esta a verdade. Outro dia, no bar, um casal de amigos jovens contou que, após uma festinha a dois que fizeram no apartamento, eles receberam uma multa do condomínio, acompanhada por nove páginas de reclamações. (whatdahell!?) Pois é. Um casal, uma festinha, nove páginas. Valha-me Deus!

Na minha fantasia essas nove páginas estão repletas de truques mirabolantes e práticas de perturbação da ordem (e do sossego dos vizinhos). E por mais que eu provoque a minha criatividade eu não consigo nem imaginar que diabos pode estar escrito lá.

Estou convencida de que o conteúdo dessas nove páginas define mais um gap de gerações. É o novo "noves fora".
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Aventura Amazônica II

O fato de eu estar viva significa que está comprovado que o corpo humano é capaz de suportar a temperatura de 150 graus Celsius sem danos visíveis.

Também está comprovado que a hidratação com queratina é sensacional, mantendo a aparência decente e a maciez dos cabelos mesmo quando a umidade do ar é superior a 270%.

Outra constatação: milionários são de fato altos, mesmo em condições adversas de temperatura e umidade.

E a última: não há limites para o sucesso se você estiver usando um vermelho-Valentino-básico-com-informação-de-moda. Só precisa de salto e rímel. Mais nada.
(Thanks Méliss for helping me glow!)
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Aventura Amazônica I

Acha que enfrentar a floresta foi difícil?
Você não imagina o que foi o aeroporto...
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sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Nada como um dia após o outro

Todo dia acorda o mesmo dia. Não um dia parecido com o outro ou igual ao anterior. Pra dizer que é parecido ou igual, você precisa poder comparar. Precisa lembrar do que acabou de passar e verificar a semelhança. Se você não lembra do que acabou de passar, todo dia é o mesmo dia.

No início dos anos 50 um homem precisou de uma cirurgia no cérebro pra se livrar das crises epilépticas que consumiam aos poucos a vida de dentro dele. Os médicos não sabiam, mas essa cirurgia consumiu o resto da vida dele, pra ele. O paciente HM, como o "caso" ficou conhecido mundialmente no meio científico, perdeu a capacidade de adquirir novas memórias, de perceber que o tempo passa e que a vida continua.
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A vida não pára? Pra ele parou. Lembrava-se de tudo que já havia passado, de quem era e como tinha chegado até ali, mas era só. Parou numa época que não ia passar. Congelou a consciência que poderia ter de si mesmo.

O HM passou a viver um eterno Feitiço do Tempo sem a consciência dos erros e acertos dos amanheceres anteriores. Sem a chance de corrigir ou optar por errar de novo. Viveu o resto dos dias num eterno presente, com eventuais momentos de susto ao olhar no espelho e ver seu próprio rosto envelhecido pelos anos que não sabia ter vivido. Desconforto aterrorizador, mas felizmente passageiro, que ia se dissolvendo na amnésia em um instante.

Hoje li a notícia de que ele se foi. A pessoa que mais ensinou ao mundo sobre a memória humana se foi. Sem se lembrar de um único dia, desde que passou a ser do mundo. Isso aqui vai muito além do meu alcance. Seria pretensiosa demais se tentasse filosofar sobre a vida. Mas não posso deixar de falar desse meu pensamento recorrente de que a vida da gente não é nada sem os outros. Quem dá sentido pra nossa vida não somos só nós mesmos. Esse cara viveu comigo bem próximo nos últimos 15 anos. Ele já não fazia mais parte da própria vida, mas foi personagem fundamental da minha e de tanta gente junto comigo. E se o sentido da vida se dá primordialmente na nossa relação com os outros, talvez eu consiga lamentar menos pelas últimas décadas de vida do amigo HM. Valeu aí, Henry! Obrigada mesmo. Pra sempre você vai morar aqui, ó!
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quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pó deixar comigo!

- E aí? E aí?
- Tô tranqs!
- Mesmo? Puxa! Que bom, hein?
- Claro! Uma mulher moderna sempre tem umas cartas. Tá pensando o quê?
- Cartas?
- É. Umas cartas na manga do colete! Tudo sob controle!
- Colete não tem mangas.
...
- Putz...
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quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

O esquema

A amiga da amiga arrumou um esquema pra essa outra, que atualmente está solteira. Era um ex da primeira, desses de vai e volta, que vale a pena manter na caderneta pra sempre, nem que seja pra alegrar uma amiga, ou amiga da amiga.

Manda bem? Manda. Mas é simplesinho. Não vai começar com papo inteligente, hein? Nem falar daquela história do chapéu. Ele vai pegar mal. Aff... mais alguma coisa que eu preciso saber? Não. Só não tocar naquele papo do chapéu, mesmo. De resto tudo tranquilo.

Estranho esse negócio de escontro (quase) às escuras. A gente já se falou pelo MSN umas vezes. E ontem a primeira vez pelo telefone. Ele pronuncia meu nome errado. Fiquei sem graça de corrigir. Tem uma voz legal, mas algo me diz que é um pouco mala. Meio aceleradinho. Bom, qualquer coisa eu chamo um taxi e sumo. Mando um beijomeliga, só que é interurbano.
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Memórias do Século Passado IV

Desde pequena eu levo tudo muito a sério. Acho que eu não posso errar ou não saber alguma coisa que eu deveria saber. Dia de prova era tenso, ainda mais quando a matéria não era exata ou não tinha regras pra seguir. Proparoxítonas me deixavam segura porque sempre tinham acento. Equações de segundo grau pediam fatoração ou fórmula de Baskara. Simples assim. Ciências exatas, naturais, letras, até mesmo história, com datas e fatos: zona de conforto.

O que complicava eram as ciências humanas. Na prova, as perguntas começavam com "Dê sua opinião", "Analise os prós e os contras". Fala sério! Socorro! Pacto de Varsóvia, OTAN, Veias Abertas da América Latina, OPEP, Estado de Israel. Não tinha como dizer quem era do bem, quem era do mal. Tantos fatores em jogo, tanta ideologia disfarçada, os interesses mudavam por causa de uma pequena alteração no cenário. Eu tinha a constante sensação de que jamais ia conseguir entender aquilo tudo direito.

Minha professora chamava Luzenilde e parecia ter especial prazer em me ver confusa, questionando tudo, aprendendo na incerteza. Não tem certo ou errado, ela dizia, não contendo um risinho sádico. Eu quero saber o que VOCÊ acha!

Eu sempre saía chorando das provas de geo-política.
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segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Por uma vida menos ordinária

Lembre-se sempre de abrir ou fechar, conforme pede a ocasião: a porta da sua casa, a carteira, a boca, a janela do quarto, o jogo, a caixa de Pandora, os olhos, a mão, o livro, o ziper.

Os segredos convém manter sempre trancados. A cabeça sempre solta. O coração escancarado. Senão nem vale a pena o resto.