terça-feira, 30 de junho de 2009

academia

Peraí, deixa eu ver se eu entendi direito:

Pra ser presidente não precisa estudar, mas pra escrever sobre o presidente precisa. É isso?

Ahhh! Falou então.

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PS1: não tenho opinião radical sobre a obrigatoriedade da faculdade de jornalismo. em geral sou a favor de estudo formal sim, mas adoro as histórias de gente brilhante e auto-didata. e também eu acho que a vida real é um ótimo regulador: gente boa uma hora se dá bem. gente ruim desaparece. gente medíocre fica sempre medíocre. estudando ou não.

PS2: na onda dessa polêmica, achei curioso este portal para dicas de jornalismo:
youtube reporters center. isso talvez inspire alguém a fazer um 'presidents center'. ou, sei lá, um 'neurosurgery center'...
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segunda-feira, 29 de junho de 2009

and talking about home...


HOME IS WHERE IT HURTS - CAMILLE
My home has no door
My home has no roof
My home has no windows
It ain't water proof
My home has no handles
My home has no keys
If you're here to rob me
There's nothing to steal

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home home home
Is where it hurts

My home has no heart
My home has no veins
If you try to break in
It bleeds with no stains
My brain has no corridors
My walls have no skin
You can lose your life here
Cause there's no one in

(A la maison. Dans ma maison. C'est là que j'ai peur)

Home is not a harbour
Home has not a hearse
Home is not a harvest
Home home home
Is where it hurts




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domingo, 28 de junho de 2009

moving (on)

achei um consultório novo no mesmo prédio de sempre. como não tinha me desfeito dos móveis do consultório anterior, acho que dá pra eles ficarem em ordem depois de uma reforma. por sorte achei minha agenda de 2000 e o telefone do tapeceiro não mudou. o mesmo número desde que ele reformou o sofá da nossa primeira casa da vida adulta - o apê de 42m2 no brooklin.

oliveira tapeceiro, na vila mascote. era uma portinha de garagem, agora expandiu o negócio, tem até página na internet. a gente sabia que esse cara ia prosperar. eficiente, caprichoso, preço justo. retira e entrega os móveis no local. hoje em dia aceita mastercard e divide sem juros em até 6 vezes. só que nesse caso o cliente tem que ir até lá pra passar o cartão. aí começa a viagem.

atravessei a cidade e o tempo neste sábado. voltei pra vila mascote depois de muitos anos. fora algumas mudanças por conta de merging and aquisitions das redes de supermercado, o bairro está praticamente igual. nunca achei que ia me emocionar com a avenida santa catarina e sua absoluta falta de glamour, mas acabei até chorando um pouquinho.

lembrei da vida inteira que eu passei alí com a minha família, nas 4 casas que a gente teve no mesmo bairro, 3 delas basicamente na mesma rua. eu lembrei de todo mundo alí comigo: meus pais, meus irmãos, meus amigos.

eu tinha a sensação de que minha casa ia sempre ser lá. mesmo que eu saísse, ia sempre pertencer àquele lugar.

só que nesse sábado eu vi que lá não sobrou nada mais. não sobrou ninguém. não tem lugar guardado pra mim. meus pais saíram do bairro, deixaram a cidade. assim como meu irmão, que está começando a família dele no rio de janeiro.

a vida de todos nós mudou tanto, e meu porto seguro ficou no passado. só tem lembranças pra eu visitar. não tem mais o meu canto esperando por mim.

a minha casa agora é aqui. e daqui eu só posso ir pra frente. não tenho mais pra onde voltar.
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sexta-feira, 26 de junho de 2009

Nega Maluca

pensei em fazer um post pro michael jackson, mas a meliss já fez um tão bonito que nem vale a pena eu tentar...

vou deixar minha lembrança pro michael revelando um segredinho (que foi o caetano veloso que descobriu): a música 'billy jean', na verdade, foi inspirada num clássico da música brasileira chamado 'nega maluca'.

prestem atenção na letra!



eram bons tempos onde se convivia com a dúvida e pronto.
pai é quem cria. fim de papo. o dna acabou com a poesia...
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quinta-feira, 25 de junho de 2009

Café da tarde

Ontem eu tive um intervalo no consultório e fui tomar um café na padaria do Benjamin, alí em Higienópolis. O lugar é uma delícia, vive cheio, é o 'fervo'.

A única mesa vaga era ao lado de um grupo composto por um pai de trinta e tantos com dois filhos pequenos - um de uns 5 anos e outro de um ano e pouco - e uma babá. A moça tentava em vão chamar a atenção de um dos meninos para que ele tomasse um gole de suco de melancia. O pai tinha o filho menor no colo e o olhava maravilhado e orgulhoso. O pequeno piscava com força os olhos azuis e balbuciava algumas palavrinhas enquanto mastigava/chupava um pedaço de algo que parecia ter sido um pão de queijo.

Fui chegando com a minha xícara e uma revista e quando cruzei o olhar com o menino menor ele abriu um sorrisão banguela e me 'ofereceu' o que quer que fosse que estava comendo. Conquistou meu coração na hora!

Acabei puxando prosa com o pequeno que, em dois segundos estava no meu colo, espalhando pedacinhos babados de sua comidinha não-identificável na minha roupa. O pai aproveitou o intervalo pra tomar seu suco de laranja que parecia estar lá há tempos dado o grau de sedimentação da polpa no fundo da jarra. Serviu o seu copo e o da babá. Esta, não levando qualquer ibope com o mais velho, havia desistido de alimentá-lo e apenas o observava enquanto ele alisava a parede com o guardanapo, ininterruptamente.

Perguntei ao pai o nome das crianças e os cumprimentei repetindo seus nomes. O pequeno, ainda no meu colo, me olhou sorrindo em retribuição ao 'oi', mas o mais velho não se voltou e sequer parou o que estava fazendo. Procurando justificar o pouco caso do filho ou talvez me consolar, o pai me contou que ele era autista. "Ele tem um pouco de autismo", foi a frase exata que ele usou.

Tudo que consegui fazer foi tentar fazer cara de nada e perguntar se era tranquila a convivência dos irmãos. O pai me disse que sim, que o mais velho tinha uma forma branda de autismo, que tolerava bem a insistência do irmãozinho e chegava até mesmo a aceitar que ele o tocasse. "Eles brincam meio paralelamente, ele não dá muita bola, mas o pequeno aprendeu a respeitar o jeito do irmão".

O pai também me disse que tinha sido muito difícil descobrir o que o menino tinha, que ele só recebeu o diagnóstico com quase 3 anos, mas que ele e a esposa sabiam desde poucos meses que havia alguma coisa errada. "Depois que a gente teve o diagnóstico a gente resolveu ter outro bebê, porque senão a gente nunca ia saber como era ter um filho de verdade".

Fiz que sim com a cabeça e sorri praquele homem na minha frente. Não me ocorreu nenhuma palavra. Ele sorriu de volta e virou-se pra terminar o suco. Pouco me lembro do que aconteceu depois, mas sei que eu ainda brinquei um pouquinho com o menininho no meu colo até que ele resolveu descer e correr; logo eles se despediram e se foram.

Acho que enquanto eu viver eu vou me sentir inepta pra comentar sobre essa história.
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terça-feira, 23 de junho de 2009

pra curar qualquer dor

if you're sad, lonely or hurt for any reason
if you feel you could use some healing
just listen to amy singing for a broken heart...




clique aqui pra ver a letra

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Primavera e Outono

Infância não viu. Muito cedo o pai lhe ensinara que a vida se fazia longe de casa. Aprendeu a dirigir tratores antes de ler um livro. Amou uma mulher antes de beijar sua menina pela primeira vez. Construía estradas e pontes no fim do mundo. Encontrava a mulher e os filhos duas vezes por ano, quando voltava pra casa pra passar um mês. Os pequenos estranhavam aquele homem, a memória deles não durava tanto. Os maiores vinham correndo se jogar nos seus braços, escalavam-lhe as pernas e pediam histórias. As histórias. Tinha jurado pra si mesmo que era só o que iam conhecer daqueles mundos tão longe. Quando caía a noite de fato e as crianças de cansaço ele fechava os olhos e se entregava ao abraço de uma estação.
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domingo, 21 de junho de 2009

o medo

é uma força que não me deixa andar

- do que você tem tanto medo?
- não sei. de tudo. é aterrorizante.
- tem medo de morrer?
- não... é de viver.
- tem medo de viver?
- medo de viver errado, acho.
- mas não existe viver errado...
- então pra que é que a gente vive tentando acertar?



pra ver a letra genial do Lenine clique aqui
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sexta-feira, 19 de junho de 2009

atos secretos

Peraí, deixa eu ver se eu entendi direito:

O rapaz da casa do programa A Fazenda mostra o pinto em rede nacional de tv e os senadores não mostram pra ninguém o que fazem na Casa deles com o dinheirinho do povo. É isso?

Ahhh! Falou então...
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quinta-feira, 18 de junho de 2009

A minha mãe me ensinou

e o mundo seria melhor se todos soubessem.

Trate os outros como gostaria de ser tratado.
Lave as mãos quando chegar da rua.
Respeite os mais velhos.
Escove os dentes após as refeições.
Use as palavras 'por favor' e 'obrigada'.
Desfrute da companhia das outras pessoas.
Se não tiver nada de bom pra dizer, cale-se.


Minha mãe é incrível, né?
Eu só acrescentaria umazinha:
Tame your fucking pet before you leave home!
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quarta-feira, 17 de junho de 2009

A metáfora da ponte

Transição, chegada de uma nova etapa.
Transposição de um obstáculo ou algo que te impede de continuar no seu caminho.
A ida dos dias. A passagem da vida de um momento a outro.
Um caminho a frente, passagem pro futuro.
The past is water under the bridge.

E eu aqui. Sem saber se vou, sem chance de voltar.
Stuck in the middle of the fucking bridge.
Com a sensação de que saí de nada e vou pra lugar nenhum.

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24 horas

tem alguma coisa errada com esse meu trabalho. a cada 10 horas que eu passo trabalhando eu tenho que passar equivalentes 10 horas relatando o que fiz.

eu gasto o mesmo tempo real de consultas presenciais com o paciente pra fazer um relatório sintetizando o que eu vi nas consultas.

que porra é essa? jack bauer?

terça-feira, 16 de junho de 2009

Rasinho

Ele andava uns passos na frente dela. Ela demorava mais porque abaixava às vezes pra catar uma conchinha, se ela fosse daquele tipo do símbolo da Shell. Achei uma conchinha-shell! Como se aquilo importasse alguma coisa.

Ele dizia que catar uma concha-shell era o mesmo que comer um bolo-cake. Ela não estava nem aí, porque desde o colegial ela chamava pão-de-ló de bolo-cake mesmo. É um bolo de nada, não tem um sabor especial. É só bolo... bolo-cake. Ela lembrava da amiga de longa data que ria dessa bobagem junto com ela.

Ele brigava com o nó da fitinha do Bomfim. Quero tirar esse negócio. Fica caindo na comida. Não vou esperar dois anos pra essa porcaria arrebentar! Dá aqui que eu tiro. Mas assim não vai valer pra realizar seu pedido... porque você não amarra no pé? Eu já tenho você. Não quero pedir mais nada. E acho que essa fitinha no meu pé ia ficar meio gay. Nem vai rolar.
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sábado, 13 de junho de 2009

Feliz Aniversário!!!

Dear Erica,
I've thought a lot about you...
... and this time I got the right month.
May you be always as lovely and awesome.
Com amor,
S.
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sexta-feira, 12 de junho de 2009

namorados

você janela, eu corredor
você mapa, eu perdida

lençol, cobertor
casquinha, ferida
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quinta-feira, 11 de junho de 2009

Caligrafia

A Dona Adélia tinha 79 anos. Estava pensando para qual das netas deveria deixar o seu livro de receitas escritas à mão. Na mesa da cozinha ela sempre tinha uma toalhinha bordada ou um caminho de crochet. Desde pequenina era tão caprichosa, que as amigas invejavam seus cadernos da escola. A professora de ponto cruz selecionava seus trabalhos para mostrar de exemplo pras novatas que alí chegavam com olhos curiosos.

Há 47 anos, um tempo depois que o Sêu Aloísio morreu, Adélia aceitou o primeiro pagamento, da filha de uma amiga, para escrever o nome de parentes e amigos nos convites de casamento. Os pedidos para que Adélia escrevesse não pararam mais. Às vezes uma amiga do bairro trazia o neto pra fazer aulas, as professoras reclamavam que não dava pra entender aqueles garranchos. Algumas moças traziam o enxoval inteiro para que as iniciais bordadas saíssem das mãos dela.

Adélia pagou estudo dos filhos, a reforma da casa, a psicóloga pra filha menos bonita, o aparelho dos dentes do neto mais velho. Até conheceu o Vaticano com o dinheiro das letras.

Já fazia uns anos que não tinha mais trabalho. Agora todo mundo faz tudo no computador, ela dizia, não precisam mais de mim. Eles tem razão, né filha - foi o que me disse, meio sentida, meio conformada. Eu só não gosto dessa fonte Times Roman. Acho que eles não deviam usar essa não.
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quarta-feira, 10 de junho de 2009

qual a ocasião?

ir no bar sem motivo é coisa de vagabundo.
beber sem motivo pra celebrar é coisa de bêbado.

recebi hoje um email pois estou na lista de um dos amigos jovens. bem aquele que não dá a mínima pra futebol e, até onde eu sei, nunca chegou perto de uma criança ou um bebê por espontânea vontade. segue abaixo o texto do email na íntegra:


o kaká quer fazer gol hoje pro filho que completa um ano
a gente não pode deixar de prestigiar, né, minha gente?
qual bar?


entendeu a moral da história?
a pessoa há que ser coerente com seus princípios nessa vida...
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terça-feira, 9 de junho de 2009

oh shit!

hoje eu estava saindo da universidade e uma pomba fez cocô na minha cabeça. ela deve ter mirado bem, porque acertou em cheio!

gastei um tempão lavando o cabelo na pia com sabonete e água gelada. mesmo assim passei o resto do dia com antipatia de mim mesma, imaginando aquele cocô no meu cabelo.

eu quase fiquei chateada, mas sabia que obviamente não poderia contar com a solidariedade alheia. cada vez que eu narrava o episódio pra alguém a pessoa morria de rir.

com isso tudo eu não aprendi nenhuma lição e não cheguei a nenhuma conclusão filosófica sobre a vida. acho que cagada de pomba na cabeça não agrega nada pra gente, mesmo.
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segunda-feira, 8 de junho de 2009

E o que nos deram os Italianos?

Hoje em dia a Itália convive com uma vergonha perante o mundo por ostentar um imbecil fanfarrão como chefe de Estado (ôôô Berlusconni! vapaputaqueopariu, vá!). Mas felizmente isso nem sempre foi assim. Desde o Império Romano, o povo daquela região deixa um legado importantíssimo ao mundo, tanto em tecnologia como em ciências sociais, filosofia, arquitetura e artes. Tá aí em baixo o Monty Python que não me deixa mentir...

Hoje em dia tá difícil de achar outro Leonardo Da Vinci, mas ainda sai coisa boa daquela macarronada. Uma herança italiana na escócia gerou um carinha chamado Paolo Nutini que tem alegrado meus ouvidos. Bonitinho que só ele, sonzinho gostoso, enche de orgulho a galera carcamana ítalo-descendente espalhada pelo mundo. Bravo Paolo!

Paolo Nutini - "New Shoes"

E o que nos deram os Romanos?

Meu senso de humor é bastante eclético (a.k.a. eu dou risada de qualquer coisa). Mas se quer me ver morrer de rir com idiotices me dá um filme do Monty Python.

Aqui eu quero falar de uma das cenas sensacionais do filme A Vida de Brian. A pérola se passa na Galiléia, na época de Jesus Cristo. Um dos grupos libertários planeja atacar o poder Romano. Buscando incitar a ira dos companheiros, o líder argumenta que os romanos vem tirando tudo o que é deles há gerações... dos pais dos nossos pais! e dos pais dos pais dos nossos pais! e dos pais dos pais dos pais... you know...

E então o líder pergunta:
- E o que os Romanos nos deram em retribuição?

A cena que se segue é impagável!



Pra ler o roteiro da cena toda clique aqui!
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quinta-feira, 4 de junho de 2009

muito obrigada!

puxa vida, pessoal...

em março eu instalei o contador de acessos aqui no blog e hoje completaram-se 6.000 visitas. eu sei que a maioria das visitas é da minha mãe, que é super minha fã. mas pra ter seis mil visitas, aposto que tem mais uma meia dúzia de pessoas que também gostam do que eu escrevo.

muito obrigada pela audiência, pelos comentários, pelos e-mails (tem gente que prefere comentar em off), enfim... obrigada por vocês me darem tanto 'ponto' pelo tanto de bobagem inócua e auto-referente que eu escrevo.

love you all. vocês moram aqui ó: Y!
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quarta-feira, 3 de junho de 2009

Você tá brincando?

como seria bom receber uma resposta afirmativa pra essa pergunta de vez em quando...

é tanto absurdo nesse mundo, que só pode ser brincadeira!!!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

air france 447

a família orleans e bragança confirmou que o príncipe estava no vôo, e eu fiquei triste pelos parentes e amigos que vão sentir a falta dele. mas o que eu fiquei pensando mesmo foi na mocinha que há anos economizava pra fazer a viagem dos seus sonhos e se sentir uma princesa em paris. que puta sacanagem que é morrer na ida.
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