domingo, 30 de agosto de 2009

I AM BACK

Voltei de Recife.
Fui lá pra dar 12 horas de aula. Passou. Agora só em novembro.
Tossindo por causa do ar condicionado gelado, mas voltei.
Pro trabalho, pra vida social: voltei a aceitar pacientes novos e convites.
Voltei pro blog, voltei a responder telefonemas (quase).
Voltei pra minha casa gostosa, voltei pro regime.
Voltei.
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terça-feira, 25 de agosto de 2009

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

follow up

parte do meu tempo eu trabalho na universidade, por isso eu tenho que estudar e pesquisar sobre meu tema de interesse - no caso, o cérebro das pessoas.

por causa de uma dessas tais pesquisas, nesta semana eu tive que repassar o banco de dados de pacientes que foram atendidos desde 1998 (ano do meu ingresso na uni e da inauguração do serviço).

acabei me dando conta de que lembro de cada um dos pacientes que tive contato. só de olhar o nome. lembrei do rosto, da história, da família. sei que vai soar piegas, mas eu também lembrei de muita coisa que eu aprendi com vários deles: a primeira vez que entendi uma ressonância, o que é de fato uma amnésia, o quanto faz falta entender a piada, o valor de ter um sentimento validado por outra pessoa. infinitos insights e lições que me fizeram uma pessoa melhor e uma profissional menos inábil na hora de tratar os próximos que vieram.

entramos em contato com um grupo de pacientes pedindo que comparecessem novamente ao serviço para participar de um dos nossos novos trabalhos. os familiares de vários deles foram gentilíssimos e toparam nos ajudar, então terei o privilégio de revê-los em breve e saber como é que a vida vem caminhando. alguns estavam empregados e não teriam horário disponível. alguns não estavam dispostos a vir. um deles faleceu há 2 anos. a mãe de um outro faleceu há alguns meses, e como o pai trabalha o dia todo não teria quem o trouxesse. alguns não foram encontrados pois os telefones mudaram.

fiquei meio esquisita, coração apertado.
às vezes eu tenho medo da vida.


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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

sibéria

meu consultório novo ainda não tá pronto.
e eu já estou atendendo lá.
creio ser essa a minha principal fonte atual de antipatia.

falta uma porta - de duas - entre a sala de espera e a de atendimento.
falta mesa de tamanho apropriado.
falta cadeira.
faltam estantes.
precisa de uma faxina.
precisa que uma criatura vá lá mudar o fiozinho que liga o telefone.
precisa rever toda a instalação elétrica, pois as lâmpadas queimam todo dia.

e o pior de tudo: estou sem internet.

PUTAQUEOPARIU!

não existe vida offline.
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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

trinta e poucos anos

a vida andava parada, parada. passou os vinte na correria, tentando conquistar seu lugar ao sol. chegou aos trinta competente e reconhecida. depois parecia que não vinha mais nada de novo. parecia que já sabia tudo que tinha pra saber.

- volta pra escola, uma amiga falou. vai aprender coisas novas!

apesar da antipatia resolveu que ia fazer inglês. nem tanto por aprender uma coisa nova, mas por achar que ia fazer bem pra carreira. carreira. acostumou com a correria e achava que isso era o fim de tudo. não o fim-final, mas o fim-objetivo.

acabou se apaixonando perdidamente pelo professor. virou o mundo de pernas pro ar. ouvia a voz da amiga ecoando na cabeça: não falei que voltar a estudar ia mudar sua vida?
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terça-feira, 11 de agosto de 2009

choque cultural

eu tive uma professora de cerâmica que, aos 18 anos, viajou sozinha pra áfrica no inicio dos anos 80. ela contava que a pergunta mais frequente que recebia era "cadê sua mãe?", visto que para todos alí parecia inconcebível uma moça estar sozinha. as mocinhas locais estão sempre acompanhadas. não lhes fazia sentido. a professora contava que demorava horas tentando explicar que sim, ela tinha família, mas viajava sozinha. quando parecia que sua resposta tinha sido aceita, vinha sempre outra pergunta: "mas como que sua mãe deixa você viajar sozinha?"

talvez tenha sido isso que aconteceu no congo com a secretária de estado americano hillary clinton, ao encontrar estudantes locais. o rapaz não me pareceu tentar ser agressivo ao perguntar o que o bill clinton achava de certa coisa. parece que pra ele é óbvio que a mulher saiba a opinião do marido. talvez na terra dele o marido tenha impotância na opinião política da esposa. talvez a ele fosse óbvio que ser esposa de alguém não é ofensivo.

mas ela pegou mal. bem mal. veja você mesmo:



sei lá. ela podia ter respondido a mesma coisa sem tanta mágoa, se tivesse tido um pouco mais de empatia cultural e um pouco menos de arrogância. call me naive, call me amelie poulain, mas acho que o rapaz do congo não tinha uma "agenda" por traz da pergunta e estava apenas tentando tirar o máximo da visita de uma pessoa tão importante supostamente dando atenção a seu povo...

é como se a cada vez que perguntassem pela mãe da minha professora ela se sentisse compelida a deixar claro que é uma mulher independente e livre e não está sob o jugo de uma estrutura falida e opressora como a família hierárquica e retrógrada. hello-ow! eu só queria saber cadê sua mãe, dude...

a neurose, a história e os idiotas

outra vez!
só que esta noite eu estava na fila da imigração das filipinas. minhas malas pesavam uma tonelada. tinha chovido e havia um palmo de água pútrida no piso do saguão. não se podia encostar nos pilares que demarcavam as filas caracol pois eles eram de metal enferrujado altamente transmissor de doenças já erradicadas no ocidente.

será que era isso que o freud queria dizer quando falava sobre as neuroses repetirem-se incessantemente ao redor dos traumas????
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domingo, 9 de agosto de 2009

sonhei que estava no inferno

pois é, tive um pesadelo horrível esta noite. sonhei que estava no inferno.

o inferno era um aeroporto lotado. a cada 20 metros havia um balcão da imigração britânica onde ninguém falava minha língua e me fazia perguntas absurdas sobre o que eu quero do meu futuro, quais são meus planos de vida.

junto comigo havia uma fila interminável de ciganos e mendigos do leste europeu que, eu sabia, queriam roubar meus documentos e eu tinha que manter o insuportável estado de alerta constante.

eu entrava e saía de aviões minúsculos com hélices enferrujadas e cambaleantes, e cada hora descia num aeroporto diferente, com uma nova língua e uma nova moeda. as fotos das coisas bonitas desapareciam da minha máquina enquanto eu me via compelida a escolher souvenirs idiotas tentando fazer conversões financeiras de cabeça, usando razões do tipo 1: 17.034.

acordei decidida que nas próximas férias eu vou escolher um destino só e lá ficar. e só saio daqui se tiver vôo em avião grande e sem escalas. tenho dito.
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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

seres humanos são todos são iguais

mas uns são mais iguais que os outros.

na finlândia os adolescentes pintam os cabelos pra se diferenciar do crowd. pintam de preto.
não existem telefones públicos, pois todo mundo tem celular.
a menina que vende cereja na feira poderia ser uma supermodel.
os velhinhos andam com dois poles. vão se apoiando na caminhada como se fossem esquiadores ou escaladores de montanhas. tic, tic, tic, tic.
as pessoas sentam na grama e conversam a tarde toda de verão. a tarde acaba as 10 da noite.
todo mundo fala inglês e a língua deles é cheia de trrs e kkkis e sttus. a gente consegue pronunciar praticamente todos os fonemas, mas é difícil ler porque as palavras são muito compridas.
os pães são a comida mais espetacular. e o salmão também. mas eles comem carne de urso e rena.
a música das lojas e bares tem rihanna, arctic monkeys, beatles. as vezes tem bandas locais e quase todo mundo sabe cantar.


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segunda-feira, 3 de agosto de 2009

entre 4 paredes

eu tô aqui num quarto de hotel do outro lado do mundo. felizmente existe a internet, o msn e os blogs pra eu saber o que se passa na vida das pessoas.

descobri uma notícia ¨quente¨:

um casal de amigos muito engraçados decidiu derrubar as paredes da intimidade e publicar DRs reais e hipotéticas na rede.

em breve aqui!

aguardem...
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