quinta-feira, 29 de abril de 2010

TIL THE VERY END

não é força de expressão.
seria mesmo mentira dizer que tenho alguma queixa dele.
meu pai cuidou de mim a minha vida inteirinha.
não houve uma só vez que ele me deixou na mão.
pra não dizer que teve um só descuido, me ligou no sábado à noite pra falar que tinha acabado de fazer meu imposto de renda. deixou pra morrer no domingo de manhã.




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segunda-feira, 26 de abril de 2010

casquinha

tó: aqui tá seu corpo, ele é seu veículo. use-o pra seu prazer. não o use pra machucar os outros. o desempenho vai ser tão bom quanto a manutenção que você providenciar. na saída você tem que devolvê-lo. tudo o que você fizer durante a sua permanência é problema seu. ah! e fica esperto porque passa muito rápido. enjoy your stay.
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quinta-feira, 22 de abril de 2010

ai ai... ai ai... tadinho... ai ai...




























porque mimo e cafuné na cabeça deviam constar da declaração universal dos direitos humanos.
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segunda-feira, 19 de abril de 2010

infiltração


infiltrados. scorcese, 2006. matt damon deve queimar leo di caprio que deve queimar matt damon. já não se sabe quem é mocinho, quem é bandido. nessa altura já não faz a menor diferença. a história acaba por falta de personagens mesmo.

infiltrados. como aquela água correndo pelo concreto. quando pinga no teto é porque o resto já está todo mofado. corroendo pelas entranhas. cárie. câncer. agulha no ligamento dos joelhos. chão que afunda.

porque coração se parte de dentro pra fora.
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quinta-feira, 15 de abril de 2010

daqui e dali

vai se acostumando. esse é o novo default. não parece a sua vida? olhando daqui não parece não. só que é. this is real fucking life. real e surreal.

geograficamente incorreto

o quê? acidente? meu deus! ahn? quem? jura? estava no vôo?
ele e a mulher? nossa! que coisa...
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quem tem invejinha da polônia levanta a mãããão!
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terça-feira, 13 de abril de 2010

sexta feira 13 de abril. um ano qualquer.

Quando era pequena espiava a irmã mais velha no portão. Ela deu um demorado na boca do Dudu! Foi contar pra mãe, um pouco admirada, um pouco ciumenta. Ela não achava justo que isso fosse coisa só de gente grande.

Treinava no espelho, um olho fechado o outro não. Tinha visto na novela que eles balançavam a cabeça pra lá e pra cá. Era meio engraçado porque as vezes parecia que o nariz ia atrapalhar, mas eles sempre davam um jeito. Gostava de passar o batom da mãe. Deixava as marquinhas nos bilhetes que fazia pra avó e escrevia ‘smack’ do lado. Igual nas revistinhas da Mônica. O barulho era assim.

Parecia que seu dia já estava chegando, pelo rumo que as coisas tinham tomado. Ela pensava como será que ia ser, por causa do aparelho nos dentes. Será que eu tiro na hora ou já saio de casa sem? Minha mãe vai desconfiar. Saiu em silêncio pra ninguém ver. Encontrou com o menino na piscina, ouvindo Lulu Santos. Quis evitar seus olhos, mas não pude reagir... Voltou pra casa com cara de culpada, ainda bem que já estava todo mundo dormindo.

Não pregou o olho naquela noite. E nem em muitas outras. Ficava repassando o filminho na cabeça. Desde então vem confirmando sua teoria de que não existe coisa melhor nessa vida.

Feliz Dia do Beijo pra todo mundo!
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que conste dos autos:

A MINHA MÃE É A PESSOA MAIS LEGAL DO MUNDO.

quem a conhece sabe do que eu tô falando...

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terça-feira, 6 de abril de 2010

Star Wars

eu nunca fui fã da saga star wars...

agora vejo que eu não gostava dos filmes porque não os entendia.

mas é que ninguém tinha me explicado assim tão direitinho...



agradecimento especial à renatinha sakai que me mostrou esse video.

climatempo

Valeu, Pedrão!


sábado, 3 de abril de 2010

sobre páscoa, família e o que é sagrado

eu lembro que na minha época de escola existia a 5a feira santa. a gente tinha um dia a mais no feriado da páscoa. eu sempre viajava com a minha família. meus pais faziam jejum na sexta feira, só tomavam água o dia todo. daí minha mãe preparava uma ceia pra eles comerem depois da meia-noite. bacalhau com leite de côco, servido com arroz branco. se a gente estivesse no camping, o arroz nunca era soltinho, porque minha mãe usava uma panela muito grossa que tinha lá no trailler, e o arroz ficava meio papa.

no sábado não acontecia nada de especial e no domingo eles escondiam ovos de páscoa pra mim e pro meu irmão. mesmo depois de grandes, adolescentes, jovens adultos, a gente ainda brincava de fingir surpresa e abraçava os nosso pais, pedindo a eles que agradecessem o coelho por nós.

e sempre a gente almoçava junto. se minha vó estivesse com a gente, o almoço tinha alguma coisa mais religiosa-católica, tipo umas palavras dela sobre a ressurreição de jesus e um pai-nosso. senão era mesmo um almoço de família, que em sua raiz já é religioso. estar com os seus faz a pessoa se sentir parte de alguma coisa maior no mundo. a família ajuda a gente a se ligar no passado e no futuro. dá uma ídeia de continuidade da vida. é a vida eterna da história da gente, mesmo depois que a gente se for. pelo menos é assim a minha sensação de sagrado e religioso.

esse ano está cada um pra um lado. eu tenho coisas de trabalho pra fazer e não achei muita disposição pra viajar e estar com a minha família de origem. hoje faz seis meses que eu me separei do paulão e desde então eu sinto que não tenho mais família pra olhar pro futuro. pode ser de um jeito meio torto, mas agora eu vejo que faz sentido o casamento ser um sacramento. os termos da vida cotidiana não servem pra explicar o que a gente sente quando tem uma família. a certeza de ter um lugar ao qual você pertence é mesmo da alçada da transcendência, como compete aos atos sagrados, dentro de qulaquer que seja a religião.
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