sexta-feira, 29 de março de 2013

Amores, isqueiros e a vida. Parte 2


"Que não seja imortal, posto que é chama..."


De tudo que eu falo, tudo, um pouco é sempre sobre amor. Também pode ser sobre coisas que eu descobri da vida. Mas a maior parte é mesmo sobre amor.

Amores e a vida. O jeito melhor do mundo pra falar disso é em volta da mesa, com amigos dispostos a ouvir sobre novos e velhos amores.
Surpresas, encantos, encontros ardentes, corações partidos, eternos vai-e-vens.

Fui acender um cigarro e vi que meu isqueiro tinha acabado. Queimou tudo que tinha pra queimar. É raro acontecer isso, não? Parece que o normal é que isqueiro não acaba. Isqueiro é uma coisa que se perde. Ou alguém vem e rouba de você antes que ele acabe. Perdeu um rosa. Apareceu um branco. Sumiu o branco. Comprou um laranja. E assim vai.

É claro: isso me fez pensar de novo sobre amor e sobre a vida da gente. Sobre a implacável impermanência de tudo que aparece na vida da gente. Tem coisas que queimam até o final e acabam. Tem coisas que ainda podiam queimar mais um pouquinho, mas a gente acaba perdendo. Ou alguém põe no bolso e leva embora. Ou a gente descobre que é de outra pessoa e tem que devolver.



pra quem quiser ver, a parte 1 tá aqui

sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHERZINHA

esse papo de dia internacional das minorias sempre me pareceu estranho. por causa daquele lado da hipocrisia, essas coisas q a gente aprende nas ciências humanas e nos meios pensantes.

eu achei um post velho, e vi que no dia da mulher, há 4 anos, eu me achava na responsa de publicar um texto meio indignado, jogando na cara de sabe deus quem a falta de igualdade, a injustiça histórica, aquela coisa toda. pra ver o tal texto clique aqui.

só que agora em 2013 eu tô uma pessoa mais leve, e também com menos tempo pra ser engajada e ter grandes opiniões sobre o que não é crucial, ou sobre o que sai do meu dia a dia.
isso é bom? ruim? sabe se lá.

o fato é que me sinto menos chata.
e também me sinto mais à vontade quando abrem a porta do carro pra mim.
e quando escolhem um restaurante bonito pra me levar.
quando me elogiam.
ou quando fazem essas coisas aviltantes de desigualdade.

hoje eu tô pouco ligando pra ''consciência social'' e tô conseguindo ser grata a quem me disse parabéns, a quem me deu flores ou chocolate.

e também percebo que, da mulher que eu era antes, eu só tenho saudade mesmo é do shape do meu bumbum.