quarta-feira, 9 de junho de 2010

destino

tem gente que acha que o nosso destino está no futuro. que existe uma história com um final certo escrito pra gente. que a gente pode dar a volta que for, mas que vai chegar onde tem que ser.

eu acredito em destino. mas não nesse daí do futuro. às vezes eu até queria acreditar que existe um master plan, que tem alguém tomando conta. seria um grande alívio. mas eu não consigo. não tem como eu conseguir acreditar que alguém ou alguma coisa se incumbiu de escrever um final pra história de cada um dos seres humanos que habitam esse planeta redondo e achatado nos polos.

o destino que eu acredito é o que nos foi dado de graça. é o que está no nosso começo. traçado e imutável: a família que a gente nasceu, a nossa estrutura óssea, a cara, o país, o tempo histórico, o DNA. isso sim tá escrito. disso não dá pra fugir.

daí pra frente não tem nada escrito. aliás, mesmo que a gente escreva uma vez, não quer dizer que fica lá igualzinho pra sempre: alguém vem e apaga, escreve por cima, ou a gente mesmo escolhe ler e re-escrever ou apenas interpretar diferente. isso muda tudo. até o passado.

o resto é tudo, absolutamente tudo, fruto de escolha e acaso. e dentro do acaso a gente tem a variante 'timing', que muda a cara das coisas e faz a gente acreditar em sorte ou azar. mas não se engane: é tudo escolha e acaso. às vezes mais acaso, às vezes mais escolha. só não tem como fugir disso.

fora o fato de estarmos aí, vivos, que nos foi dado de graça, todo o resto é escolha e acaso.
e nada mais é de graça.
.

3 comentários:

mélis disse...

PLAFT.

morta estatelada

Duda Camargo disse...

PLAFT.
Morto estatelado, só tomando cuidado pra não cair em cima da Mélis.

KeniaArchas disse...

LACANIANAAAA.