sexta-feira, 13 de novembro de 2009

um dia a casa cai

Assim como as vestimentas e costumes, a língua também tem modismos. Lamentavelmente, a grande maioria não serve pra nada a não ser desafiar o ouvido e o estômago daqueles que apreciam a língua mãe. Uma pessoa começa a falar uma bobagem aqui, outra repete ali e, quando se vê, temos gerundios pipocando pra todo lado, discursos começando com 'enfim', expressões inadequadas sendo usadas na hora errada.

Nos últimos tempos a expressão mal colocada da vez é o 'literalmente'. Por alguma razão esdrúxula as pessoas passaram a usá-la para dar ênfase a uma idéia, no lugar de um advérbio de afirmação, mas em geral em situações que nada tem de literal. Na verdade, o que acaba acontecendo é que a palavra é usada para denotar algo exatamente não literal. É igual usar 'com certeza' no lugar de 'nem a pau'. Não tá certo, minha gente!

Outro dia uma pessoa me disse a seguinte pérola: "Nossa! Estou literalmente morta de fome." Veja bem, querida: se tem uma coisa que você NÃO está, e eu posso verificar pelo fato de que você está aqui falando comigo, é 'literalmente morta'. Sacou?

Algumas outras que ouvi recentemente: "Claro que ele chegou atrasado de novo, e eu fiquei literalmente puta!"; "Na hora que eu vi que ela estava lá, saí literalmente voando daquele bar."; "Eu literalmente chutei o pau da barraca na reunião." E por aí vai...

Bom, tudo isso pra deixar claro que eu tenho consciência do uso correto da expressão. E também pra contar pra vocês que o teto literalmente desabou na minha cabeça.


(e nem é a primeira vez que isso acontece!)
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3 comentários:

beto disse...

eu estou literalmente plasmo (em full HD de 42") com isso tudo! Bjs!

calenza disse...

é por isso que resolvi ontem fazer um projeto pela cultura. como já diz meu pai, LEIAM!

Duda Camargo disse...

Enfim, a agência literalmente parou pra saber do que eu tava rindo... :o))