Agora eu tô com muita pressa, não vai dar pra escrever direito.
Mas eu tenho que falar que hoje eu fiquei incrivelmente feliz pela humanidade civilizada e esclarecida. É um assunto triste, mas a vida é assim mesmo: tem partes bem tristes (e nem por isso deixa de ser boa e de emocionar a gente).
Finalmente, em um ato de amor e luta, o pai conseguiu interromper a vida mecânica que prolongava o sofrimento da filha. Era uma garota italiana que vivia em coma por 17 anos, toda encolhidinha e cheia de escaras* pelo corpo.
Venceu Giuseppe, venceu Eluana, venceu a compaixão e a dignidade humana, venceu o valor inestimável da vida - aquela que pode ser de fato desfrutada.
Abaixo a hipocrisia da vida a qualquer custo. Viva o respeito pela morte. O respeito pela única certeza que a gente tem na vida. Viva!
Mas óbvio que o outro imbecil tinha que falar alguma batatada...
Ô Berlusconíí! Vápaputaqueopariu, vá...
*escaras são as feridas causadas pelo atrito com a cama, visto que a pessoa está sempre apoiada nos mesmos pontos; são extremamente perigosas, pois têm alto risco de infecção e são virtualmente impossíveis de sarar em uma pessoa em coma.
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4 comentários:
Agora que se consumou, morro de dó do pai dela, ele deve estar no descanso mais triste do mundo.
Nada mais a fazer......
situação difícil mesmo, mas como eu desisti de ter certeza e razão em tudo, contento-me em apenas ter opinião. e na minha opinião, venceu mesmo o respeito. quem ama não mata, nem perpetua a morte. a condição de quem está em coma é um limbo eternizado por aqueles que têm medo de ter opinião e de errar. prefiro ser castigado por Deus por crime movido por benevolência do que por omissão revestida de crueldade.
tudo é muito triste, mais claro para uns, menos para outros, dilema ético para uns, decisão sem pestanejar para outros... na dúvida, consulte o berlusconi: ele sempre está fazendo merda...
Pior do que a eutanásia é a distanásia, ambos se referem a morte só que uma é com (distanásia) e a outra é sem (eutanásia) sofriemento. Concordo, venceu o respeito.
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