sábado, 15 de novembro de 2008

Daqui a pouco eu faço!

Procrastinar é uma arte. E eu sou bem boa nisso há algum tempo.

Não estou nem falando do truque de fingir que não tenho nada pra fazer. Falo dos artifícios usados para, deliberadamente, não fazer o que deve ser feito, mesmo quando:
1) já me dispus a fazer e
2) já me posicionei para a ação.

Na época da escola, começava a estudar sentada de frente para os livros (vejam bem: estava disposta e posicionada), mas logo iniciava o ritual de procrastinação. Nessa época minhas ferramentas eram o abrir-contemplar-fechar de geladeira, o início da MTV Brasil e os incontroláveis cochilos em cima do material.

Durante a faculdade incrementei meu repertório com os textos-viagens-filosóficas e cigarro. Este último particularmente eficiente.

Mais tarde somaram-se os joguinhos de computador, a internet discada, o ICQ, a banda larga. Aí fodeu danou-se! Estava inaugurada a era da procrastinação sem fim. Socorro.

Passei pelos sites de bandas, artistas, universidades, autores, fashionistas, doenças, bobagens, notícias, mundo cão, download de músicas, e tudo mais. Foram anos e anos adiando tarefas.

Até que tudo deu uma equilibrada há um tempinho. Não que eu tenha chegado no fim da internet (juro que meu irmão chegou!). Mas já conseguia restringir meus interesses. E voltei a ser uma pessoa produtiva: fiz relatórios, artigos, capítulos de livro, aulas! Infelizmente isso já é passado, agora.

Comecei a seguir blogs há uns meses. Todos os dias, antes de começar a trabalhar, sou compelida a checar mais de uma dúzia de endereços de pessoas que escrevem coisas que eu gosto de ler. Famosos, amigos ou desconhecidos. Estou fanática. Chego ao cúmulo de escrever para alguns desses blogueiros reclamando de baixa produtividade ou outra bobagem. Virei 'mala'. É o fim!

Sou uma seguidora compulsiva de idéias alheias. Quero saber o que se passa na cabeça das pessoas. Quero acompanhar a vida dos outros, pra poder procrastinar o ato de cuidar da minha própria. Quero me ocupar dos outros. Assim dou um jeito de disfarçar e ignorar a areia que escorre desvairadamente nessa ampulheta que me acompanha.

Quero fazer tanta coisa nessa vida que não consigo sair do lugar. I'm fucking stuck.
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3 comentários:

Mia Sílvia disse...

E eu que achava que você estudava tanto.............

Victor Bianchin disse...

Agora eu entendi como você chegou no meu blog, hahahaha. Mas agradeço a audiência e os comentários. Socializar com estranhos? Acho digno. Vou começar a passar mais por aqui também ;-]

Anônimo disse...

necessario verificar:)